As notificações de dengue a cada 100 mil habitantes mais que triplicaram nas últimas três semanas em Minas Gerais — e ainda não chegaram ao pico, de acordo com o infectologista Leandro Curi. Segundo os dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), no último dia 22 de janeiro foram notificados 161 casos a cada 100 mil habitantes. Na outra semana, o número cresceu para 323 e, conforme documento desta segunda-feira (5 de fevereiro), já chegou a 555 por 100 mil habitantes.
As notificações consideram os casos prováveis, ainda em investigação. Além disso, os casos confirmados da doença tiveram um aumento de 67% na última semana, passando de 23.389 para 39.282. Os óbitos em investigação saltaram de 35 para 62, um crescimento de 77%. O Estado registra oficialmente 7 mortes pela doença.
O cenário é “definitivamente preocupante”, de acordo com o infectologista Leandro Curi. Porém, está longe de ser resolvido. A realidade hoje é de uma curva de ascensão alta, que tende a continuar dessa forma até chegar ao pico — que pode ser em março, segundo o especialista. E, por ora, diz Curi, uma das ações mais eficientes é “evitar a picada”, pois os mosquitos contaminados já estão por aí. O “dever de casa” deveria ter sido feito antes, mas não foi como deveria, segundo ele.
“A gente ainda não chegou ao pico, portanto, é esperado um aumento dos casos nas próximas semanas. Possivelmente, haverá um número maior de internações e, eventualmente, de óbitos. Sempre repito isso: o combate à dengue é durante todo o ano. No período da chuva, como agora, muitas vezes já é ‘tarde demais’”, diz Curi.
Conforme explica o infectologista, é necessário que os órgãos públicos trabalhem na conscientização da população para que deixem a casa livre dos focos do mosquito. É preciso, durante todo o ano, evitar água parada, limpar piscinas, calhas, pneus, antes que os ovos eclodam.