O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue na UTI e não tem previsão de alta para esta semana, segundo seus médicos. Ele passou por uma cirurgia considerada complexa pela equipe médica com uma duração de 12 horas.

Ao contrário do que publicou a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro no Instagram nesta segunda-feira, o ex-presidente segue na UTI e ainda não foi levado ao quarto.

De acordo com o médico chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, a primeira-dama quis dizer que ele já havia saído do centro cirúrgico e ido à UTI.

“Na primeira avaliação, ele não apresentava indicações de urgência ou emergência. O que aconteceu é que nessas 48 horas, ele mantinha sempre um quadro de abdominal destendido”, disse o médico.

“O que aconteceu foi que, gradativamente, desde Natal até a chegada aqui, ele apresentou essa alteração, precisamente, que se chama PCR, que nos indica que tem alguma coisa acontecendo.”

De acordo com ele, houve uma alteração significativa em um curto espaço de tempo. “Para a gente, é um sinal precoce que tem uma coisa desandado.”

“O ponto de início é a facada. Posteriormente, as outras cirurgias de reconstrução, todas elas têm um fator, um papel no quadro atual.

O objetivo dessa cirurgia foi reverter todos esse fatores que poderiam contribuir para uma nova ocorrência”, informou Birolini.

Agora, a orientação médica é que Bolsonaro tenha agenda e visitas restritas. “Ele tem uma agenda bastante intensa e é difícil segurar ele. Eu vou tentar segurar na medida do possível, mas ele tem o ritmo dele”, disse o chefe da equipe.

Questionado sobre a alimentação e estilo de vida do ex-presidente, o médico afirmou que não foi identificado nenhum alimento que pudesse ter desencadeado o episódio e que “o fato de ele comer pastel com caldo de cana não afeta”.

Birolini também informou que o presidente já está acordado e já teria feito, inclusive, piada.

Boletins diários do presidente devem ser divulgados ao público, após autorização da família.

As informações foram dadas nesta segunda-feira (14) pelo chefe da equipe médica, os cardiologistas Leandro Echenique e Ricardo Camarinha, Guilherme Meyer, diretor Médico do Hospital DF Star e Allisson Barcelos Borges, diretor geral do Hospital DF Star.

Bolsonaro chegou ao DF Star no sábado (12), depois de ser transferido de Natal (RN).

Essa foi a sexta e mais longa cirurgia abdominal de Bolsonaro desde a facada que sofreu na campanha eleitoral de 2018. O procedimento durou 12 horas.