Stalker de MG é condenada a 10 anos prisão por perseguir médico
Ré foi responsabilizada por perseguição a um médico e sua família, além de roubo e desobediência a ordens judiciais em Ituiutaba.
A Justiça de Minas Gerais condenou, no dia 23 de maio de 2025, a ré Kawara Welch Ramos de Medeiros a 10 anos, 7 meses e 2 dias de prisão pelos crimes de perseguição, roubo e desobediência. O caso foi julgado pela Vara Criminal da Comarca de Ituiutaba e envolveu um médico da cidade, sua esposa e o filho do casal, de 11 anos.
Segundo a sentença, Kawara iniciou as perseguições em 2020, com milhares de ligações, uso de perfis falsos, montagens difamatórias e até tentativas de contato com o filho menor. A vítima relatou que chegou a receber 1.300 ligações em um único dia e que já bloqueou mais de 1.500 números diferentes da acusada.
Além da perseguição, o caso envolveu um episódio de roubo ocorrido em janeiro de 2023, quando Kawara, acompanhada da avó, abordou a mulher do médico, tomou seu celular, chinelo e chave do carro com uso de violência e entregou os objetos para a avó, que também foi condenada a 6 anos e 8 meses em regime semiaberto.
Durante o processo, a ré tentou justificar as ações com base em um relacionamento amoroso com ele, mas a Justiça considerou que, mesmo havendo relação anterior, a perseguição ocorrida entre 2020 e 2023 configurava crime. O juiz também rejeitou o pedido de insanidade mental, afirmando que a ré demonstrava plena capacidade de discernimento.
O regime fixado para Kawara foi o fechado, devido à gravidade e à repetição das condutas, com impactos severos à saúde emocional das vítimas, como a perda do emprego, uso de medicamentos psiquiátricos e medo constante. Além da pena de prisão, ela e a co-ré deverão pagar R$ 33.500,00 de indenização por danos morais e materiais.
Após a condenação, a defesa de Kawara apresentou apelação ao Tribunal. Os assistentes de acusação informaram que não se manifestarão neste estágio, pois o processo tramita sob segredo de justiça.