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Governo exonera delegado investigado por esquema de espionagem irregular da Abin

Exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (26). Carlos Afonso era secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) quando ela era chefiada por Alexandre


Publicado em Janeiro 27, 2024 por Michel Nascimento

O governo exonerou nesta sexta-feira (26) o delegado da Polícia Federal Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho da função de coordenador de Aviação Operacional. A exoneração foi publicação no Diário Oficial da União(DOU).

Carlos é investigado por participar de esquema de espionagem irregular dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ele era secretário de Planejamento e Gestão da Abin na época em que Alexandre Ramagem era diretor-geral da Agência.

Alexandre Ramagem — que hoje é deputado federal do Rio de Janeiro pelo PL — foi um dos alvos da operação “Vigilância Aproximada” da Polícia Federal, realizada nesta quinta-feira (25).

Um dos pontos levantados pela investigação é a possível “instrumentalização” da Abin para monitorar ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O crime, segundo as investigações, envolvia o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.

A operação desta quinta foi autorizada por decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).

No relatório de Moraes, ele afirma que a “alta gestão” da Abin naquele momento – “especificamente Alexandre Ramagem e Carlos Afonso” – “interferiu nas apurações disciplinares para que não fosse divulgada a instrumentalização da Abin”.

De acordo com a investigação da PF, a possibilidade de que fosse revelado o uso irregular do sistema de monitoramento First Mile levou os então gestores da Abin a anular um processo administrativo disciplinar sobre o tema.

Ramagem e Afonso também teriam agido para “dar aparência de legalidade” ao uso irregular do First Mile. O sistema foi usado, segundo a PF, entre 6 de fevereiro de 2019 e 27 de abril de 2021.



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