O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta segunda-feira (24) ter ficado “surpreso” e que não foi informado pelo governo federal da presença do presidente Lula no Estado esta semana. O petista tem agenda prevista no Estado na próxima quinta e sexta-feira. Em encontro com jornalistas, questionado se teria uma audiência com Lula na passagem do presidente por Minas, Zema respondeu que não sabia da viagem.
“Estou surpreso com a pergunta, porque eu não fui informado, até o momento, que o presidente estará em Minas”, disse. Em seguida, o secretário de Comunicação, Bernardo Santos, após confirmar não ter havido um comunicado do Palácio do Planalto sobre a vinda do presidente, disse que o governo federal tem uma “mania”. “Ou mandam uma hora antes (um convite para alguma cerimônia) ou inventam que tinham mandado, mas não mandaram”, disse.
A agenda de Lula em Minas prevê idas a Contagem na quinta e a Juiz de Fora na sexta. Zema, de qualquer maneira, afirmou que sua agenda está comprometida nos dois dias por viagens ao interior do Estado.
Procurada, a Presidência da República disse que, no momento, o que há é uma previsão de visita de Lula nos dias 27 e 28. “Sendo assim, os convites ainda não foram enviados, pois a agenda ainda não está confirmada. O convites para autoridades são enviados após as confirmações das agendas e em tempo hábil”, disse.
Desentendimentos
A relação de Zema com Lula e o PT sempre foi difícil, com troca de farpas publicamente. Em uma ocasião, o governador chegou a dizer ser “PTfóbico”. Uma das apostas dele, inclusive, durante a campanha de reeleição, foram as críticas a Fernando Pimentel, petista que o antecedeu no governo de Minas.
Em novembro passado, Lula afirmou que Zema nunca havia procurado a União para discutir a dívida de R$ 165 bilhões de Minas, enviando sempre representantes. Em troca, o governador publicou foto de reunião que teve em maio daquele ano no Ministério da Fazenda.
Nos últimos tempos, Zema tem abrandado os ataques a Lula diante da negociação da dívida. Na última semana, ele afirmou a O TEMPO estar esperançoso que a solução venha de um acordo entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o governo federal.