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Zema ataca administração Lula na segurança de olho em 2026



Estratégia visa mostrar posicionamento em meio a possíveis adversários na eleição presidencial do ano que vem


Publicado em Abril 19, 2025 por Redação Pontal

O governador Romeu Zema (Novo) colocou em andamento a estratégia que vai utilizar para se posicionar nacionalmente na área da segurança pública, tema que deverá ser um dos mais explorados na campanha de 2026. No pleito, serão escolhidos o presidente da República, governadores, dois senadores por Estado e deputados federais e estaduais.

Zema, cujo segundo mandato como governador de Minas Gerais se encerra no ano que vem, é um dos possíveis pré-candidatos ao Palácio do Planalto, assim como seu correlato em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e em Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o único dos três que já confirmou a entrada na disputa.

A intenção de Zema é se contrapor à administração federal do PT em relação, por exemplo, à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança, que dá à gestão Lula autonomia para criar diretrizes a serem cumpridas pelos Estados, e a bandeiras antigas do partido na área, como a desmilitarização das PMs. Zema terá como propagador da estratégia o vice-governador Mateus Simões (Novo), provável candidato da legenda à sucessão do colega de partido.

A tática foi colocada em andamento durante período especialmente delicado na área da segurança em Minas Gerais. No último dia 8, servidores da classe fizeram manifestação em Belo Horizonte, pressionando o governo por reajuste de salário. O ato, que contou com a participação de aproximadamente 300 trabalhadores da segurança pública, entre policiais civis, agentes carcerários da ativa e aposentados, fechou o trânsito na praça Sete, na região central.

O governo é pressionado também por mais um ataque no Estado do chamado “novo cangaço”, como ficaram conhecidas as quadrilhas que invadem cidades, explodem bancos e atacam quartéis da Polícia Militar, como ocorreu na madrugada de 8 de abril em Guaxupé, na região Sul. Apesar das buscas, a PM não conseguiu localizar os integrantes da quadrilha, que teriam se deslocado para São Paulo.

Questionado pela reportagem durante visita à Câmara Municipal de Belo Horizonte, na semana passada, Simões disse que o número de ataques do novo cangaço em Minas diminuiu nos últimos anos. Em seguida, dentro da estratégia “nós contra eles” na segurança, criticou os governos do PT.

“A esquerda pode até defender a pauta sindical da segurança pública, mas não gosta de policial e é a favor da extinção da Polícia Militar. O PT defendeu a extinção da Polícia Militar para transformação em Polícia Civil e desmilitarização da polícia durante décadas. Eles pararam de falar isso, mas continua na pauta deles”, disse.

Simões afirmou ainda que a intenção do Novo é manter a PM como é atualmente. “Pode perguntar para qualquer deputado do PT se ele é a favor da desmilitarização da polícia. Nós somos contra. Nós somos a favor da polícia como ela existe. Responsável, que entrega resultados. Não é o que a esquerda quer”, declarou Simões.

Sobre a PEC do governo federal na área da segurança, Simões disse que a União quer assumir o controle das polícias estaduais. “A esquerda, aliás, se sente muito confortável com níveis alarmantes de insegurança. Basta ver esse absurdo que é a proposta de PEC que o governo federal insiste em conduzir na segurança pública. O governo federal quer assumir o comando das nossas polícias quando ele não dá conta de conduzir nem as polícias dele”, criticou.

Governador procura endurecer discurso
Os possíveis adversários de Romeu Zema em 2026 já se posicionam há mais tempo em relação à segurança pública, inclusive com discursos de impacto. Ronaldo Caiado costuma dizer que, em Goiás, “ou os bandidos mudam de profissão, ou mudam de Estado”.

Por sua vez, Tarcísio de Freitas, um dos principais nomes da direita caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantenha inelegível, anunciou em fevereiro a criação de um comitê que terá participação da sociedade civil para discutir projetos para a segurança.

Zema também vem tentando dar um tom mais duro às declarações que faz sobre segurança pública. Nessa linha, fez uma postagem no dia 3 de abril sobre um empresário que havia sido sequestrado em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.

“A Polícia Civil agiu rápido, fechou o cerco pra vagabundo e resgatou o empresário sequestrado. Ele já está em casa, bem e seguro! Aqui criminoso não tem vez: reforçamos a segurança, colocamos bandido para correr e vamos atrás até prender e jogar atrás das grades”, disse o governador, na postagem.



Reprodução   /    Redação